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Um adeus ao eterno prefeito José Hilário Junges

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Para José Hilário Junges o lema de vida era mantido à risca, mas sabia que, por mais bravo que fosse em suas lutas, a morte era intransponível. Nada, para Hilário, era impossível de modo que a cada luta vencida, cada vez que derrotava um câncer, era confirmada a sua força quase dantesca.

Mas, aos 77 anos, com tantas vitórias cotidianas, chegava a hora fatídica em 7 de março de 2022. A despedida foi discreta e em silêncio, estando próximo aos seus filhos e esposa, depois de mais 100 dias de UTI.

Sua despedida será, obviamente, em Tupandi, neste dia 8 de março, com os atos fúnebres tendo vez no Ginásio Poliesportivo Júlio Redecker (seu grande amigo na vida pública), com o último adeus acontecendo no final da tarde, no Cemitério Católico.

Mas, não seria justo com o próprio Hilário falar em sua partida com tom de tristeza e perda. José Hilário Junges era alegre, intenso, decidido, gigante e, como seu próprio nome, hilário. Ter vivido na Alemanha, quando jovem, ajudou a forjar o seu caráter, a sua índole.

Era agricultor convicto de que a mão na terra lhe traria oportunidades. E a mesma mão que foi à terra, recebeu a aliança de casamento com Cecília. Com a mesma mão embalou Isabel, Adriano, Daniel, Cândida, Salete, Susane e Júlia. Afagou o cabelos dos netos e todos que os que se achegaram ao clã familiar. E aquela mão calejada sabia lidar com canetas, assinando decisões que mudariam o destino de Bom Princípio e Tupandi.

Vereador em Montenegro, de 1976 a 1982, foi eleito prefeito de Bom Princípio em 1982 e assumiu a prefeitura, com inexperiência de novato, ao lado de José Ledur, seu vice. Junto aos seus os escudeiros como Pedro Schaedler, Janice Junges, Adelmo Baumgratz, Clarice Warken Schneider, Gilberto Rauber e César Baumgratz iniciou um trabalho que viria a mudar a história do Vale do Caí como um todo.

Determinado dia, depois de atolar o carro oficial, na comunidade de Floriano Peixoto, voltou à prefeitura e colou no carro um decalque – como ele mesmo chamava os adesivos – onde estava escrito: “Nada é Impossível”. E assim foi superando desafios. Criou com seus parceiros a Festa do Moranguinho, construiu a cidade, trouxe empresas como a Madesa e edificou o centro administrativo de Bom Princípio.

Em 1992 foi eleito prefeito na sua cidade, na sua maior paixão. Entre 1993 e 1996 foi prefeito em Tupandi. Cargo que voltaria a ocupar, com satisfação ímpar, entre 2001 e 2008. Tentara outras vezes voltar à prefeitura, mas quiseram os eleitores e o destino que isso viesse a acontecer em 2020. Já com 75 anos assumiu a prefeitura fazendo duo com Bruno Junges, sabendo que a saúde já era frágil, começou administração à sua maneira, com pulso firme, afinal, essa era a sua marca pessoal. Hilário manteve o jeito Hilário de lidar com as situações sendo simples e direto. Adoeceu ainda em 2021, foi operado, voltou à cadeira do executivo e no final do ano, o seu estado de saúde se agravou.

Grande parte de sua vida está relatada na biografia, “Nada é Impossível”, lançada em 2007, tendo novos capítulos nos últimos 15 anos, esses que merecem ser escritos, todavia, ninguém será capaz de reproduzir em palavras aquele, ser humano gigante, que será o “eterno prefeito” José Hilário Junges.

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Mestre em carnes é celebrado em Bom Princípio

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Rodrigo Hermann, de simplicidade ímpar, foi celebrado na manhã de sábado tal um campeão mundial. E, de fato, o é. Integrante da seleção brasileira de açougueiros, regressou da França e foi aplaudido e ovacionado por tantos e tantos que o conhecem desde muito jovem.
Aquele que um dia começou a vida profissional atuando de maneira modesta hoje é um dos melhores profissionais em cortes de carne do mundo. Ao lado da esposa e do filho, ao qual tem um amor sem igual, Rodrigo foi saudado em frente ao Super Ledur, seu local de trabalho, tendo, inclusive, sendo conduzido no caminhão de Bombeiros.
Em Paris, em companhia dos demais integrantes da seleção brasileira, recebeu a notícia de que o melhor corte de carne bovina da competição era da equipe do Brasil. Uma comemoração proporcional à conquista. Ao lado de um dos diretores do Super Ledur, que é casa de Rodrigo há muitos anos, comemorou e esperava voltar para casa.
“Estou muito feliz e honrado com essa homenagem. Essa conquista não é apenas minha, mas de todos que fazem parte da família Ledur e da nossa comunidade. Obrigado pelo apoio constante!”, afirmou Rodrigo, lembrando que foi a primeira vez na história que o Brasil obteve premiação na Copa do Mundo de Açougueiros.
Recebido por tantos que o viram crescer profissionalmente, Rodrigo fez questão de postar imagem, no açougue, junto com a sua equipe do dia a dia. Assim como com os diretores da empresa na qual trabalha, afinal, a família Ledur também é um pouco sua. Revela-se assim um gigante em humildade e profissionalismo.

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Alex Steffen

Salvador do Sul dá adeus à sua primeira vereadora

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A vida pública também tem os seus ícones, aqueles que, mesmo em silêncio, escrevem a sua história. E assim o fez Sidonia Maria Poersch da Rosa. E de maneira discreta também deu o seu último suspiro ao cair da tarde desta quarta, dia 29 de janeiro de 2025.

A mulher que veio do interior para a cidade muito jovem, buscou nos concursos públicos o seu espaço, não tendo vergonha de dizer que assumiu o seu primeiro cargo público como faxineira. Poderia ser retrato de submissão. Poderia, mas não para Sidonia, que tinha já na década de 1980, em seu olhar, o significado da expressão que foi popularizada muitas décadas depois. Era, sim, Sidonia, a face do empoderamento feminino. Muitos poderiam se perguntar: “mas onde já se viu uma mulher que foi faxineira querer ser vereadora?”. Pois bem, não só quis, como conseguiu. Orgulhava-se em dizer que foi a primeira mulher a ser eleita em Salvador do Sul. Esteve no legislativo entre 1983 e 1988, isso é, por seis anos completos, erguendo bandeiras. Abriu caminho para outras mulheres como vereadoras e também prefeita. Em 2013, nos 50 anos de Salvador do Sul, deu entrevista e vibrava com o título da reportagem: “Um batom no Legislativo”. Era grata pelo reconhecimento obtido.

Ia às escolas palestrar, não sobre política, mas sobre possibilidades e lutas. Fez supletivo para terminar o Ensino Médio, antes não tivera oportunidade. Foi fazer vestibular para a área de Direito. E, claro, passou. Cursou faculdade e trouxe para casa, em Salvador do Sul, o seu diploma. Havia vencido mais uma batalha.

Casada com o professor Luiz Mello da Rosa, fez de tudo para oportunizar à filha Bruna, o que ela mesmo não tivera. Valorizava o estudo, a cultura, o conhecimento amplo…

No último final de semana apresentou um problema súbito de saúde e foi levada ao hospital. Transferida para Caxias do Sul e não mais viu a sua Salvador do Sul.

Aos 78 anos partiu à morada eterna e nesta quinta terá o povo a oportunidade de dizer, obrigado e até breve, àquela que foi pioneira em terras salvadorenses.

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Extrato de Edital – Processo Seletivo 003 2025 – Tupandi

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