Outubro é o mês de celebrar 50 anos de fundação da comunidade de fé
A comunidade evangélica de Linha Comprida, Salvador do Sul,
estava praticamente isolada de tudo que a cercava ainda em 1968, mesmo que o
município já tivesse cinco anos. E na questão religiosa isso também era um
complicador, pois os moradores seguidores da Confissão Luterana precisavam ir,
a cavalo, até Esperança, do Maratá, para proferir a sua fé. Era necessário
mudar de modo que o sonho que vinha sendo alimentado desde 1963, quando do
casamento de Edilar e Laci Erig.
“Eu não queria ver os meus filhos passar pelos mesmos
percalços que haviam passado as gerações anteriores. Era preciso facilitar e
dar oportunidade a eles. Ir até a formação, na igreja deveria ser prazeroso,
não um desgaste”, conta Edilar Odilon Erig. E o sonho dele teve apoio de toda a
família e grande parte da comunidade, de forma que em 1968, também com o apoio
do então candidato Plínio Müller, pudesse ser feita a estrutura de uma nova
comunidade, renovando a fé cristã.
Nasceu assim, em terreno doado por Leopoldo Apolino Erig, e
sua esposa Irma Carolina, o templo da IECLB. Ia-se o ano de 1968 e os luteranos
buscavam construir o seu espaço. Surpreendente para alguns, mas fato de
espírito comunitário, também os católicos ajudaram na construção. “Mesmo que
seja uma religião diferente, aqui em Linha Comprida as pessoas trabalham
juntas. Isso é bonito de ver”, conta Edilar. Lembra ele que seus irmãos foram
padrinhos na abertura das portas da igreja e o pai, Leopoldo, apadrinhou o
toque inaugural do sino.
De lá para cá, passados 50 anos, a comunidade segue
evoluindo. Sob a tutela e orientação de pastor Neuri Erwanger, que está
trabalhando na IECLB há muitos anos, os cidadãos estreitam, ainda mais, laços
de amizade e fraternidade.
Os 50 anos propriamente ditos serão em 9 de outubro, sendo a
data marcante para os luteranos de Linha Comprida assim como para os moradores
de Salvador do Sul, afinal, este é também o dia da emancipação. Mas as
celebrações, em Linha Comprida, serão em 27 de outubro, na sociedade Estrela da
Manhã. A programação inicia com um culto as 10h, almoço na sociedade às 11h30,
seguindo de reunião dançante as 14h30, com banda Viva Alegre e, depois, com o
sorteio da rifa que já está sendo comercializada.
“Gostaríamos de convidar a todos para participarem da nossa celebração, afinal, ela representa os 50 anos da construção da nossa igreja e da estruturação da nossa comunidade”, cita o presidente da comunidade luterana, Anderson Nied.
A vida pública também tem os seus ícones, aqueles que, mesmo em silêncio, escrevem a sua história. E assim o fez Sidonia Maria Poersch da Rosa. E de maneira discreta também deu o seu último suspiro ao cair da tarde desta quarta, dia 29 de janeiro de 2025.
A mulher que veio do interior para a cidade muito jovem, buscou nos concursos públicos o seu espaço, não tendo vergonha de dizer que assumiu o seu primeiro cargo público como faxineira. Poderia ser retrato de submissão. Poderia, mas não para Sidonia, que tinha já na década de 1980, em seu olhar, o significado da expressão que foi popularizada muitas décadas depois. Era, sim, Sidonia, a face do empoderamento feminino. Muitos poderiam se perguntar: “mas onde já se viu uma mulher que foi faxineira querer ser vereadora?”. Pois bem, não só quis, como conseguiu. Orgulhava-se em dizer que foi a primeira mulher a ser eleita em Salvador do Sul. Esteve no legislativo entre 1983 e 1988, isso é, por seis anos completos, erguendo bandeiras. Abriu caminho para outras mulheres como vereadoras e também prefeita. Em 2013, nos 50 anos de Salvador do Sul, deu entrevista e vibrava com o título da reportagem: “Um batom no Legislativo”. Era grata pelo reconhecimento obtido.
Ia às escolas palestrar, não sobre política, mas sobre possibilidades e lutas. Fez supletivo para terminar o Ensino Médio, antes não tivera oportunidade. Foi fazer vestibular para a área de Direito. E, claro, passou. Cursou faculdade e trouxe para casa, em Salvador do Sul, o seu diploma. Havia vencido mais uma batalha.
Casada com o professor Luiz Mello da Rosa, fez de tudo para oportunizar à filha Bruna, o que ela mesmo não tivera. Valorizava o estudo, a cultura, o conhecimento amplo…
No último final de semana apresentou um problema súbito de saúde e foi levada ao hospital. Transferida para Caxias do Sul e não mais viu a sua Salvador do Sul.
Aos 78 anos partiu à morada eterna e nesta quinta terá o povo a oportunidade de dizer, obrigado e até breve, àquela que foi pioneira em terras salvadorenses.
Nas dependências da Câmara de Vereadores ocorreu na tarde de ontem a posse dos novos titulares do Legislativo salvadorense, assim como do prefeito e vice eleitos.
Marco Aurélio Eckert, o vereador mais votado, igualmente foi eleito presidente da Câmara de Vereadores. Além dele integram o legislativo Aécio Sozo (Boby), Romeu Recktenwalt, Valdir Schwab (Pait), Élio Steffens (Riskinho), Carolina Macarini, Marciel Rhoden, Werno Bourscheidt e Roque Both.
José Laerce Morales Cezar e Henrique Kirch, respectivamente prefeito e vice, também foram empossados no dia de ontem. Assumiram os compromissos de legalidade, moralidade e todos os demais princípios da gestão pública. Laerce assume em lugar de Léo Haas, que esteve prefeito por meio ano depois de Eckert deixar o cargo para concorrer para vereança.
Esse será o terceiro mandato consecutivo do MDB na prefeitura de Salvador do Sul. O partido fez também a maioria no Legislativo local.
Tanto Laerce quanto Kirch já estiveram na câmara de vereadores, ocupando postos legislativos.
Fotos: Câmara de Vereadores/Divulgação e Henrique Kirch/Facebook
Texto: Alex Steffen