Foi divulgada na semana passada a listagem dos 35 municípios brasileiros mais igualitários, portanto com o menor índice de Exclusão Social. Claro, os estudos feitos, sempre que apresentados em índices são passíveis de erros, ainda assim, são referencial para saber a que pé estamos.
A cidade de Pomerode, em Santa Catarina, é a mais igualitária de todo o território brasileiro, de acordo com a reportagem da Revista Exame do mês de abril. Isso quer dizer que ela concentra os melhores índices em quesitos como emprego, escolaridade e violência, de acordo com o Atlas da Exclusão Social no Brasil.
A segunda na listagem, talvez para a surpresa de alguns, é Vale Real, no vale do Caí. O município é um dos 13 gaúchos na listagem nacional, o que mostra que aqui, no Rio Grande do Sul, se tem um bom nível de vida para todos (ou quase todos). Na listagem surgem ainda os municípios de Feliz (11º), Tupandi (16º) e São José do Hortêncio (21º), todos do vale do Caí.
Segundo o levantamento, todas as 35 cidades com os menores índices de exclusão social ficam nos estados de Santa Catarina (com 13 municípios), Rio Grande do Sul (13 municípios) e São Paulo (9 municípios). O estudo foi organizado por Alexandre Guerra, Marcio Pochmann e Ronnie Aldrin Silva, e publicado pela Editora Cortez. A publicação Atlas da Exclusão Social no Brasil – Dinâmica da exclusão social na primeira década do século XXI, busca analisar de forma empírica a intensidade das mudanças ocorridas no ambiente socioeconômico nacional entre 2000 e 2010.
Para chegar a essa lista, os autores elaboraram um Índice de Exclusão Social (IES), com base em sete indicadores: pobreza, emprego, desigualdade, alfabetização, escolaridade, juventude e violência.
Segundo o ex-prefeito de Vale Real, Silvério Ströher, que foi um dos mandatários no período em que a pesquisa toma base, atingir tal índice é motivo de grande alegria, todavia, não é resultado do acaso. “Muitos projetos implantados na administração pública dão reflexo a médio e longo prazo. Somos sabedores de que Vale Real é um excelente lugar para se viver, todavia, sempre há o que melhorar”, destacou o ex-prefeito.
O atual gestor, Édson Kaspary, também conhecido como Tida, vê com bons os resultados e acredita na possibilidade de evoluir ainda mais. “Não podemos nos contentar com o segundo lugar. Não se trata de um campeonato onde ser vice pouco representa, mas ainda assim almejamos evoluir”, citou o prefeito Kaspary.
Não é de duvidar que a identidade cultural dos povos tenha grande relação com o índice. Ao olhar a listagem das 35 cidades de destaque no Brasil, a maior parte delas, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é colonizada por europeus, em especial alemães e italianos. Ainda que os descendentes alemães e italianos possam ser vistos como bairristas e discriminatórios, é nas cidades com estas colonizações que há maior paridade social. Por qual motivo? Simples, são povos que sofreram com as questões étnicas, sendo alvos do fascismo e nazismo, assim, aprenderam, na pele que todos são iguais, merecendo oportunidades de vida.