Bom Princípio

Tenente bom de bola é cidadão bom-principiense

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Não apenas um homem de respeito, mas uma família de respeito. Assim pode ser qualificado o clã que provém de Nilo Sérgio da Rosa. Esposa e filhos estavam, ao seu lado, na segunda, na Câmara de Vereadores de Bom Princípio, prestigiando um momento de imensa emoção para o patriarca.

Nilo Sérgio da Rosa chegou à Câmara de Vereadores de Bom Princípio pouco antes das 19h para receber o título de cidadão Bom-principiense. Sabia que o momento seria único em sua vida, mas, não esperava que tantas homenagens lhe fossem prestadas.

No começo da década de 1980, antes mesmo de Bom Princípio ser emancipado, Nilo formava-se policial e uniu-se em matrimônio com sua amada Suzete. Depois de morar em Montenegro resolveu migrar para Bom Princípio onde viria a trabalhar. “O comandante me dizia que eu, como ‘negrão’ iria trabalhar em terra de ‘alemão’. Mas eu sabia, que se trabalhasse sério, isso não seria problema, muito pelo contrário”, contou Nilo, fazendo relação às questões étnicas que poderiam representar problema. Mas, sabe-se que isso jamais foi problema para Nilo e sua família. Por sinal, uma bela família, constituída com base nos preceitos de bondade e humanidade. Junto com a esposa, construiu sua casa onde criou e educou Leonardo e Caroline.

Na sessão, por si só, a emoção rolou solta. Nilo retirava os óculos e limpava as lágrimas. As falas na tribuna se sucediam. Primeiro o presidente da casa, João Augusto Rodrigues da Silva, fez referência ao homenageado. “Amigo Nilo. Bom-principiense Nilo. Muito obrigado. Não apenas como tenente, mas como ser humano, o trabalho que fizestes e fazes por Bom Princípio é digno de reverências”, destacou João Rodrigues.

Foi vez então do prefeito Fábio Persch que fez uso da palavra. Lembrou dos tempos de crianças e até brincou com a questão clubística de Nilo. “O tenente Nilo, jogando futebol, era um nobre. Não ofendia ninguém nem dentro e nem fora das quatro linhas. Hoje, como cidadão bom-principiense, justifica-se, ainda mais, a cor vermelha da camisa do seu time do coração. Seu time agora é Bom Princípio”, mencionou o prefeito.

“Nilo, mesmo pequeno na estatura é tão grande quanto o momento que representa a nossa maior festa. Festa do Moranguinho que, por sinal, ele vive com intensidade, indiferente de quem esteja à frente da organização. Tenente Nilo, é, também, nosso porto seguro”, pontuou o vice-prefeito João Guilherme Weschenfelder.

Falando em nome da bancada do MDB o vereador Inácio Wilibaldo Weber enalteceu o trabalho de Nilo. “Quero saudar também o tenente Nilo que hoje é homenageado por proposição do vereador Dárcio. O Nilo é amigo de Bom Princípio e um ser humano exemplar. Gostaria também de parabenizar ao novo cidadão bom-principiense”, frisou Weber.

Líder de bancada do PSDB, Gilmar Haas, também fez uso da palavra. Segundo o vereador “o tenente Nilo, que não nasceu aqui, como tantas outras pessoas que vivem em Bom Princípio. Mas, ele é exemplo de cidadão comprometido. Que todos possam seguir os seus passos, engajando-se na vida do município e trabalhando pelo bem de todos”.

Veio então a fala de Dárcio Schneider, o propositor do projeto. Muito emocionado e movido pelo que era dito, Nilo olhava para esposa e filhos. A troca de olhares era recíproca, todos, estupefatos, de alegria e reconhecimento pela obra do patriarca. Lembrou Dárcio, a presença da professora Tereza Clarinda Hoff, que sugeriu a ele tal homenagem. Recorda o vereador que Nilo, além de todos os trabalhos que realiza em favor à sociedade atua também como voluntário no cuidado de pessoas que necessitem de auxílio. “Tenho a certeza de que hoje posso exaltar o nosso amigo Nilo, como o homem que lutou, luta e sei que continuará lutando para transformar o nosso município e país em um lugar mais digno para todos”, frisou Dárcio Schneider, lembrando Aristóteles que mencionava: “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las”.

Nilo, por sua vez, com os olhos ainda marejados e totalmente fora da zona de conforto, foi ao microfone e falou de improviso, deixando de lado o que havia preparado. Deixou falar o sentimento. A emoção. E assim, não apenas agradeceu, como deixou o seu modo de viver. Segundo ele, apenas a doação ao próximo permite que possamos evoluir e assim fazer com que a nossa sociedade e desenvolva e o mundo seja melhor. “Somente quando fizemos o bem para o outro e deixamos de lado o nosso eu poderemos construir um mundo para todos”, pontuou ao final.

Nem mesmo Leonardo, seu filho e talentoso jornalista, seria capaz de expressar em palavras tudo o que ali acontecera. Sabia que o seu pai “era o cara”, mas não ousou descrever tudo em letras. Fez os seus registros da melhor maneira, através de fotos, e guardou nos corações da família, de maneira indelével, cada momento, afinal, Nilo Sérgio da Rosa, naquele instante, deixara de ser um policial de destaque, para se tornar um cidadão honorário da terra que a família adotou como sua.

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