Quando jovem Luís Orlando Junqueira Calliari, o Pitti, subia no palco do Seminário de Bom Princípio e vencia um festival de música, apresentando uma composição sua. Deixando evidente a sua fé em Deus, seguiu e a vida abraçado em seu inseparável violão. Neste 30 de janeiro de 2025, depois de muita peleia, o gaudério sossegou. A voz que cantava gauchescas, gospel e sertanejas seguirá apenas na memória dos familiares, amigos e fãs.
Formado advogado, Luís Orlando era icônico em Barão, sendo muito conhecido também em Carlos Barbosa, Garibaldi, e nos municípios do vale do Caí. Uma daquelas figuras únicas, inesquecíveis. De personalidade forte, tal a sua voz, pouco se importava com riqueza ou simplicidade. Queria viver a vida! E foi uma vida pra lá de intensa. Aos 52 anos, ele que foi vendedor de carros, orgulhoso pai de duas meninas, partiu à morada eterna. Rompeu as brumas do céu e subiu até Deus, ao qual era temente.
Muito menino estudou para padre em Salvador do Sul e Bom Princípio. Lá conheceu muito da vida e por completa se apaixonou pela música. Tocava e cantava como poucos. Em sala de aula, quando dava trégua ao violão, fazia tudo rapidinho, garantia notas altas, e logo mais estava ele, com uma cuia e o amigo de seis cordas.
Havia tempos que buscava pela recuperação de sua saúde, mas tinha a certeza de que a sua passagem pela vida era curta. Tinha esperança de rever amigos e com eles cantar. E isso fez até dentro do hospital. Perdeu vitalidade, vigor, mas não alegria.
Fez hoje, realidade, uma das músicas que mais gostava de interpretar, e somos nós, amigos que chorosos dizemos: Saudade vai, vai, vai! Saudade vem, vem, vem te buscar, Pitti!