Há notícia que nenhuma pessoa com o mínimo de sentimento e sensatez gosta de dar, mas é necessário fazê-lo, cumprindo a vocação de comunicar.
Também não é recomendável que uma reportagem seja escrita em primeira pessoa, mas que seja lida então como o relato de alguém que perdeu um amigo.
Nas primeiras horas da manhã desta terça, dia 5 de maio, vinha a confirmação da morte de Paulo Zílio, o vice-prefeito de Salvador do Sul. Ele que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral no sábado, dia 2, estava internado na capital gaúcha, todavia, não conseguiu se reabilitar. A triste notícia caiu feito bomba na comunidade salvadorense. O seu sepultamento terá vez na localidade de Linha Comprida, onde este filho de descendentes italianos morava. Casado com Rose Claer Zilio, Paulo, teve dois filhos, Patrícia e Rodrigo, e partiu para a morada eterna com 53 anos.
Luto oficial foi decretado e a bandeira está à meio mastro.
Conheci Paulo Zílio em 2007, ano em que uma rua de Bom Princípio recebia o nome do finado deputado Júlio Redecker. Amigo pessoal de Redecker, Zílio estava lá, representando a família, os eleitores, os amigos, os filiados ao PSDB, enfim, a todos que gostavam do deputado. Naquele dia virou e disse, “os tucanos tem vantagem na política, tem bico comprido e rabo curto”. Brincou com a ave símbolo do partido e deu a entender que a ética era a sua conduta, tanto em sala de aula quanto na vida pública.
Na quinta-feira, 30 de abril, estava feliz. Radiante. Via a inauguração do Posto de Saúde construído no município e comemorava a conquista da administração da qual participava de maneira ativa. Esteve ao lado da prefeita Carla Specht e olhava atento para as pessoas buscando ser prestativo. E como sempre, foi.
Durante o coquetel de inauguração, virou para este repórter, e disse: “Fizemos bonito né? O povo de Salvador do Sul merece isso”.
A conversa rápida seguiu para alguns minutos e Paulo, antes de se despedir, virou e lembrou do dia 7 de outubro de 2012, quando da vitória nas eleições municipais. “Disse que seria uma chuva de votos, mas não precisava ter chovido tão forte depois… mas o que importa é que nós ganhamos e podemos fazer obras como esta, por Salvador”. Bateu nas minhas costas, deu uma risada gostosa e caminhou em direção a esposa Rose. Depois disso, apenas as lembranças ficarão.
Nenhuma palavra a mais se ouvirá, mas o grande político – três vezes vereador e por 2 anos e meio como vice-prefeito – deixará o seu legado. Que receba a paz de Deus e envie, aos zilhões de amigos, bênçãos do céu.