Talvez esta seja a pergunta que norteia aqueles que buscam rejuvenescer a cada dia. E foi, envolto em uma das suas grandes paixões, que Ilmo Darci Scherer, seis décadas de vida, encontrou a maneira de fazer o velho ficar novo, de novo. Não estamos falando dos cabelos brancos que já se apresentam em meio à sua melena, mas sim, do renascer cotidiano de alguém que, restaurando carro recupera o antigo veicular e também os sonhos de quem foi um menino apaixonado por quatro e duas rodas.
Ainda que restaurar um carro demande cerca de 18 meses, isso mesmo, um ano e meio, Scherer não se dá por vencido. Compra os veículos, muitos deles em estado de sucata, e os recupera, um a um, com a paciência de um artista. Todas as técnicas possíveis e imaginais são utilizadas mas com um regra, manter a originalidade do carro.
Integrante de um grupo de pessoas apaixonadas por veículos antigos, aqui nas colônias do Vale do Caí, Scherer estará presente com as suas obras de arte na 3ª Exposição de Carros Antigos da Kappesbergfest, neste mês de fevereiro, em São Pedro da Serra. Três destes veículos já estão concluídos, um deles, o quarto a ser exposto, irá ser terminado dentro de alguns dias, devendo ser a grande novidade entre os velhos novos. Este carro, para que se tenha noção do que estamos falando, iria orgulhar até mesmo a Henry Ford, afinal, foi criado por ele e se tornou um clássico em 1929. Mas, para Scherer, assim como para Ford, nem tudo se resume a um Modelo A 1929, pois a paixão automobilística vai além disso.
A dedicação ao restauro já tem mais de 30 anos, portanto, Ilmo era quase um guri quando começou a mexer com lataria (de fato feitas de lata e ferro, diferente dos dias de hoje), pneus de borracha pura e motores de baixa rotação. Se a barreira do tempo foi vencida por estes carros é porque havia qualidade e, também, porque há pessoas feito Ilmo – que poderíamos também denominar de Ilustríssimo artista veicular – que mantém viva a história sobre rodas.
Quem quiser conferir as obras de Ilmo Scherer, não carece de uma viagem ao Campestre Alto, em São Pedro da Serra, nem mesmo precisa adentrar a um túnel do tempo, basta que venha à 10ª Kappesbergfest, onde os carros e de Scherer e outros tantos estarão em exposição. Serão momentos de inenarrável prazer.
Quanto a Ilmo, por ser um artista, o que nele pode sentir os efeitos do tempo, é o corpo, pois a alma lhe permanecerá eternamente jovem, feito os carros que ele ajuda a remoçar.