Schabbach. Assim é denominada a cidade de cinematográfica em Gehlweiler, em meio ao Hunsrück, que foi o local da celebração da partida dos alemães para o Brasil. E foi a esta cidade – onde foi rodado o filme Die Andere Heimat – que o casal Rubem e Iná John foram recentemente.
Impressionados, é bem verdade, com tudo o que vieram por lá, adentraram um túnel do tempo. Não apenas conhecendo a realidade imigrantista, como também revivendo o que se tinha nas colônias do vale do Caí no século passado. Rubem, em momento de descontração e nostalgia, brincou de ser ferreiro, em uma das estruturas do set de filmagens. A ferraria de então, erguida a três séculos, não é apenas o retrato de uma época na Alemanha, mas, de toda a história daqueles que atravessaram o Atlântico. Iná, encantada, relata a viagem com a emoção de uma criança que, pela primeira vez, saiu de casa e viu a beleza do mundo.
Recebidos na casa onde houve a maior parte das filmagens, os principienses, atentos, ouviram as explicações de Heribert Dämgen, que é o representante vivo dos costumes imigrantistas.
Na viagem pela Europa, o casal conheceu também, Klüsserath, cidade irmã de Bom Princípio, sendo recebidos pela família Friedrich. Nobert e Brigitta, que em várias oportunidades estiveram na Terra do Moranguinho, hospitaleiramente, receberam os brasileiros e reforçaram os laços com o Brasil.
A busca das origens, para uma estudiosa de arte e genealogia, como é Iná – Carrard – John seria o bastante para encontrar-se com emoções, contudo, a viagem feita, em comemoração aos 80 anos de Rubem foi muito além. “Colhemos uvas junto ao Reno, visitamos lugares fantásticos e, o melhor de tudo, fomos acolhidos de maneira ímpar. Não foi uma viagem de turismo, mas um tour para o coração”, citou Iná.
Ter estado na cidade de origem dos Carrard, no interior da Suíça, e lá encontrar pessoas de mesmo sobrenome, seria suficiente, mas os sentimentos aflorados desta rápida estada fizeram com que a própria vida fosse justificada.
Gerações passam, homens e mulheres povoam a terra, e incessável busca por nossas origens movem corações de pessoas, como Iná e Rubem. Movem a tal ponto que sejamos elos entre o ontem e o hoje, mantem a vida e o sentimento de bem-querer, ainda que um oceano nos separe.