A vida no internato é muito mais do que a formação de um padre ou religioso, é, sim, a oportunidade de formar seres humanos melhores e capazes de contribuir com a sociedade. Saul José Jover foi um dos muitos que passaram pelo Colégio Santo Inácio, em Salvador do Sul e não concluiu o objetivo sacerdotal, contudo, como ser humano se tornou um líder e tanto.
Residente em Nova Trento, com a família, Saul resolveu visitar o colégio Santo Inácio na sexta-feira, dia 8 de setembro, rememorando os momentos idos há quase meio século. Estudante em Salvador do Sul do final dos anos 1950 até 1963 (ano de emancipação do município), Rover andou pelo prédio – com a devida autorização e acompanhamento – vendo de perto a estrutura que um dia conhecera. “Há setores que parecem idênticos. Diria até que não mudaram nada desde o dia que deles saí”, destacou o ancião de 75 anos.
Ladeado pela esposa, Realina, da filha Catea, da neta Lívia e do genro Aldair, Rover estava com feições de quem realizara um sonho. O sonho que viveu menino talvez não tivesse sido compreendido na sua íntegra, afinal, mal sabia ele o que poderia vir pela frente. Hoje, décadas depois, com um vasto conhecimento de quem estudou idiomas dos mais diversos, Saul Rover, entende melhor a vida e os seus caminhos.
Teve encontro também com o ex-aluno do colégio e pesquisador da história do Santo Inácio, Zeno Evídio Becker, que lhe apresentou uma coletânea de fotos, fazendo com que as lembranças ficasse ainda mais a flor da pele. O catarinense, de palavras bem colocadas, atentamente ouviu e trocou impressões, afinal, sua vida também se dividia com Evídio, sendo um dos mais de 200 alunos que em sua época vivia no seminário em Salvador do Sul.
Se não foi padre ou irmão, ele foi líder de sua comunidade, de tal forma que foi prefeito por dois mandatos. Um homem da sociedade que, humano, ajudou a estruturar o projeto turístico-religioso de Nova Trento, de tal forma que o município vive guiado pela fé. Um homem que antes de erguer-se da cama ou se recolher à ela, agradece pela sua vida, da família e dos amigos, reconhecendo que nada se faz sozinho.