Seu nome não era Melchior, Baltazar e Gaspar. Era Remídio. Não era rei, como aqueles que visitaram o Menino Jesus na manjedoura. Era servo. Servo de Deus. Um servo que, tal o seu nome, remava em direção ao porto divino, acreditando, piamente, nos ensinamos deu seus pais, tementes à Deus.
Foi no dia dedicado aos Reis Magos, que viram Cristo Menino, que Dom Remídio Bohn, foi ver a face de Jesus, frente-a-frente. Em 6 de janeiro de 2018 despediu-se da vida terra e foi à morada eterna. Jovem ainda, com 67 anos, entregou a sua vida a Deus e desta partiu deixando um belíssimo legado de oração, fé e esperança.
Nascido entre os Bohn, dos muitos de Bohnenthal – nome dado à localidade de São Roque – estudou em colégio paroquial e depois ingressou no seminário. Era vocacionado a tal ponto que padre fosse ordenado, em 1975, pelas mãos de Dom Vicente Scherer. Seu lema latino OMNES FRATRES SUMUS (Somos todos Irmãos) deixava claro o seu jeito de pensar a vida e a sociedade.
De 1976 a 1977, foi assistente dos seminaristas no Seminário São João Maria Vianney, em Bom Princípio; de 1978 a 1980, foi professor no Seminário Menor São José, em Gravataí; em 1980 e 1981 foi Pároco na paróquia São Pedro de Poço das Antas; de 1982 a 1986, assistente dos seminaristas e depois reitor no Seminário Menor São João Maria Vianney, em Bom Princípio; de 1986 a 1992, diretor espiritual e assistente dos seminaristas no Seminário Maior de Viamão; de 1987 a 1988; pároco da Paróquia Santo Antônio, em Canoas; de 1993 a 1995; pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Porto Alegre; de 1996 a 2006, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário em Porto Alegre. Foi coordenador de pastoral do Vicariato de Porto Alegre, de 2002 a 2004; atuou também como Penitenciário da Arquidiocese, assistente espiritual dos Diáconos Permanentes, diretor da Sociedade Fraterno Auxílio e representante dos presbíteros.
No dia 20 de abril de 2011 foi empossado por Dom Dadeus Grings como vigário episcopal do Vicariato de Guaíba, na sede do vicariato, a Paróquia Nossa Senhora do Livramento. Uma das missões de Dom Remídio é preparar aquela porção da Arquidiocese de Porto Alegre para no futuro ser uma nova diocese.
Havia algum tempo que lutava contra um câncer no pâncreas, ficando internado em instituição hospitalar. Ainda que estivesse no hospital, mantinha firme sua fé, rezando pela comunidade e pelos amigos que fizera na vida.
Os atos de despedida, que querido filho felizense, tiveram lugar em Porto Alegre, após na sua comunidade natal e enfim, no jardim da paz na diocese de Cachoeira do Sul.
Dom Remídio a muitos inspirou por sua vocação, tendo um sobrinho padre, Ângelo Bohn, e muitos outros, jovens de sua terra, tendo seguido o seu caminho. Agora, frente a Deus, repousará e olhará por todos os que amava, de mãos dadas com seu pai terreno, que partiu em idade centenária, e seu Pai Celestial.